O NaNoWriMo é um projeto criativo idealizado por Chris Baty, em 1999, para estimular as pessoas a escreverem livros. O nome é a abreviação de National Novel Writing Month (Mês Nacional de Escrever Livros) e basicamente explica o projeto: cada participante tem o objetivo de escrever, em um mês, a primeira versão de um livro, com mais de 50 mil palavras.
A primeira edição foi realizada no mês de julho, mas já na segunda edição passou a ser em novembro, por uma decisão baseada no clima no hemisfério norte, já que, segundo Baty, as pessoas estão mais propensas a ficar em casa e também não serão interrompidas pelos feriados de final de ano. Talvez precisássemos adaptar a lógica para o Hemisfério sul e escolher um mês do nosso inverno, mas o que vale é o oficial, então novembro é o mês para se sentar e escrever.
Eu tomei conhecimento do NaNoWriMo pelo livro que Chris Baty escreveu sobre o assunto: Not Plot? No Problem.
Na primeira metade do seu livro Baty conta como surgiu a ideia e as vantagens de escrever o primeiro draft de maneira muito rápida, sem pensar muito na história. O importante é ter um prazo e escrever sempre. No livro, ele inclusive recomenda que os participantes comecem sem planejamento algum. Quanto menos souber, melhor. Por isso o nome do livro.
Na segunda metade, Chris Baty faz uma guia diário/semanal da participação em um NaNoWriMo, então, quem tem vontade participar do evento, vale muito a pena.
Apesar de ter lido o livro, eu ainda não consegui participar. Sempre tinha alguma coisa acontecendo em novembro que eu sabia que iria me complicar para participar (claro que a maioria eram desculpas que eu inventei para mim mesmo, como sempre, óbvio). Mas, estimulado pelas ideias do livro, eu comecei a seguir o modelo e até fiz uma experiência e escrevi um primeiro draft em 30 dias, me forçando a escrever todos os dias (eu não segui a divisão baseada em todos os dias e escrevia mais nos finais de semana e menos no dia de semana por motivos de trabalho).
Na minha opinião, um dos grandes benefícios do projeto é justamente fazer você se obrigar a escrever todos os dias (ou quase todos os dias). Isso ajuda a criar um hábito. Depois que você se acostuma, não parece tão difícil escrever todos os dias um número grande de palavras.
Outro grande benefício é você desenvolver uma história até o final ou chegar perto dele, pelo menos. Às vezes não sabemos se uma história vale a pena e desistimos quando estamos no início, sem saber que depois ela pode tomar outros rumos e ficar muito melhor.
É evidente que você não terá um livro pronto quando completar as 50 mil palavras, mas você terá lago para trabalhar em cima e aprimorar. Esse também é uma das vantagens do projeto.
Claro que existem várias pessoas que criticam o NaNoWriMo, dizendo que produzir 50 mil palavras não significa produzir um livro. Mas, para mim, isso é muito óbvio. Por isso, acho que, apesar dos pontos negativos do NaNo, tudo que faça uma pessoa escrever mais merece crédito e respeito.
Então, fica apenas uma dica: se você acha que no final de novembro você terá um livro pronto, não participe. Isso não é verdade. Existe um longo trabalho pela frente. No próprio livro, Chris Baty afirma que depois dos 30 dias e das 50 mil palavras, o trabalho de reestruturar e reescrever ainda leva mais alguns meses. Ou seja, ele não está enganando ninguém. O problema é que algumas pessoas gostam de se enganar.
Esse ano eu decidi participar, então, no dia primeiro de novembro, começarei a escrever mais um livro. Eu tenho algumas ideias para algumas histórias e ainda não decidi qual delas vou usar para o projeto. Talvez eu siga mais uma vez a recomendação de Chris Baty e use a ideia que eu menos pensei a respeito. Assim vou descobrindo tudo sobre ela ao longo desses 30 dias.
Além de escrever a minha média de 1667 palavras por dia, vou tentar escrever alguns textos sobre o processo e publicar aqui. Espero conseguir tempo para tudo.
Boa sorte para todos que irão participar.