Recentemente eu li o livro Boneco de Neve, do norueguês Jo Nesbø. Que na verdade é o sétimo livro da série policial que tem Harry Hole como protagonista.
Não vou copiar aqui a sinopse e nem fazer uma resenha. Já existem várias na internet. Uma que achei boa é a do blog Psychobooks.
Já tinha lido algumas críticas aos vários clichês de literatura policial que o autor usa, mas não acho que seja algo que atrapalhe. Policial com vícios e problema de relacionamento existem vários mesmo, mas o que prevalece é a trama toda. E acho que o Jo Nesbø constrói muito bem a história e o mistério.
O ponto que me incomodou um pouco e gostaria de comentar é a pesquisa toda que o autor fez e acabou usando na sua obra.
Em vários momentos do livro, Jo Nesbø acabou exagerando ao colocar pesquisa na narrativa. É claro que toda a informação médica sobre a doença que envolve os personagens é importante para a trama e foi bem usada (apesar de eu ainda sentir um pouco forçado em alguns momentos ). Mas certas informações acabam sendo tão desnecessária que acabam nos tirando da história e nos colocando em uma palestra.
Apenas um exemplo para não estragar a leitura de ninguém: a informação de quem foi o inventor da bomba de gás lacrimogênio, além de detalhes do seu funcionamento.
Por que o Jo Nesbø achou que a gente precisava saber disso?
Para mim, esse tipo de informação que não acrescenta nada à história ou ao personagem, acaba quebrando o ritmo da obra.
Acredito que alguns autores, depois que tanto pesquisar sobre os assuntos que estarão dentro dos seus livros, sentem a necessidade de usar todo o conteúdo que achou interessante. E, na verdade, temos que saber o que relamente é importante para a história e nos desapegar de detalhes que, por mais curiosos e interessantes que possamos acha-los, não ficarão interessantes naquele momento da narrativa.
MAs, independente desses exageros de informações (e descrições como a Mari e a Alba do Psychobooks colocaram muito bem), Boneco de Neve continua sendo uma boa indicação para quem gosta de um bom livro policial.